domingo, 23 de novembro de 2008

Pielonefrite Aguda

Um grau mais grave de infecção urinária é a Pielonefrite (infecção renal). A Pielonefrite é uma das complicações mais comuns da gravidez e pode agravar lesões renais preexistentes. A gestação facilita a instalação da infecção urinária que pode evoluir para Pielonefrite em 1 a 2% das grávidas que ocorre no 3º trimestre da gestação.

As repercussões funcionais da infecção são grandes, pois na gestação a vasculatura renal tem maior sensibilidade à ação das endotoxinas. Assim, a infecção urinária pode levar a significativas reduções no ritmo de filtração glomerular, sendo o rim direito o mais freqüentemente afetado.

Os sintomas incluem:
  • Micção assíduas;
  • Sensação de ardência durante a micção;
  • Sensação de precisar urinar e quando tenta evacuar não há excreção;
  • Febre alta (40ºC ou acima);
  • Hipotermia (34ºC ou abaixo);
  • Náuseas;
  • Dores lombares (uni ou bilateral);


As pacientes com Pielonefrite Aguda devem ser hospitalizadas e acompanhadas de perto, para a profilaxia do choque e demais conseqüências da liberação da endotoxina. Após a infecção estar debelada as pacientes devem ser acompanhadas com cuidado porque há tendência da infecção da Pielonefrite recidivar, aumentando o risco de abortamento.


Pielonefrite Aguda é a infecção superficial da bexiga, apresenta pouca morbidez e nenhuma mortalidade. É considerada uma das patologias mais séria e comum na complicação da gravidez, sendo que é a principal causa de choque séptico, ou seja, choque devido a uma insuficiência circulatória mais comumente causada por bacteremia. Durante a gravidez, esse choque incluem cerda de 1,3 a 3% das gestantes, e raramente pode ocorrer a Síndrome da Angústia Respiratória no Adulto (SARA). A incidência populacional varia e depende da prevalência da bacteriúria assintomática e se esta foi tratada. Em muitas mulheres, a infecção é causada pelas bactérias que sobem do trato inferior.

Há extensos relatos da associação entre Pielonefrite e o trabalho de parto prematuro, por esse motivo o exame de urina é incluído como rotina nos cuidados pré–natais. Observa-se diminuição significante da resistência vascular sistêmica e aumento do rendimento cardíaco. Dentro do histórico médico consta que 1 a 2% das mulheres com pielonefrite antes do parto desenvolvem graus variáveis de insuficiência respiratória causada pela lesão alveolar induzida pela endotoxina e pelo edema pulmonar.

No sedimento urinário freqüentemente encontram-se muitos leucócitos, em grumos, e numerosas bactérias. É importante salientar que cerca de 15 % das mulheres com pielonefrite aguda também apresentaram bacteriemia.

Tratamento:
O tratamento antimicrobiano nestas mulheres pode ser seguido de aumento na atividade uterina. Isto, provavelmente, é devido à eliminação de endotoxina.

Vários autores relataram que 8% das mulheres com pielonefrite aguda às quais foram dados β-agonistas para tocólise, desenvolveram insuficiência respiratória. Isto está relacionado a:

  • Diminuição da pressão osmótica coloidal plasmática;
  • Lesão da membrana capilar alveolar;
  • Retenção de sódio e líqüido ocasionados pelos β-agonistas.

Quando diagnosticado e há necessidade de internação, o tratamento ocorre com uma cultura de sangue e urina, juntamente com a monitoração freqüente dos sinais vitais incluindo o débito urinário. Além de soro fisiológico é induzido para estabelecer esse débito urinário de pelo menos 30 ml/hora.

É realizado um raio-x de tórax, se há dispnéia ou taquipnéia, avaliações hematológicas e químicas são realizada dentro do prazo de 48 horas, para monitorar a paciente.

A Troca para medicação intravenosa para oral, é estabelecida quando a parturiente apresenta um quadro afebril. A partir desse momento pode-se estabelecer um acompanhamento em casa, quando afebril passa das 24 horas de observação. Considerar terapia antimicrobiana por 7-10 dias.

Novamente uma urinocultura é coletada, após duas semanas completas o tratamento pode seguir com uso da terapia anti-microbiana.

Antio-Bioticoterapia
A Ampicilina associada à gentamicina, cefazolina ou ceftriaxona
mostrou-se efetiva em 95% em estudos randomizados.

Os sintomas clínicos, na maior parte, resolvem-se durante os primeiros dois dias de terapia; mas mesmo que os sintomas diminuam prontamente, muitos autores recomendam terapia num total de 7 a 10 dias.

As culturas de urina comumente tornam-se estéreis nas primeiras 24 horas.
Como as modificações no trato urinário induzidas pela gravidez persistem, preconiza-se a Nitrofurantoína, 100 mg, pelo restante da gravidez

Diagnóstico:

Embora o diagnóstico na maioria das vezes seja evidente, a pielonefrite pode ser confundida com:

  • Trabalho de parto;
  • Apendicite;
  • Mioma infartado e, no puerpério, Metrite (inflamação no útero);
  • Metrite (inflamação no útero).

Por Letícia Ventura

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